quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Separação dos pais: como falar e lidar?

Até pouco tempo, as crianças apresentavam os medos comuns da infância: medo do escuro, de
barulho, de certos animais... Hoje, devido ao enorme números de separações, o medo da maioria
das crianças está diante do dia em que os pais irão se separar. Parece que existe um script: As
pessoas se casam, têm filhos e se separam.

As crianças sabem de tudo o que acontece em casa. Por isso, sou partidária de uma conversa
franca em que as fantasias das crianças possam ser esclarecidas e os seus medos possam ser
atenuados. Se a sua criança já percebeu que os pais vão se separar, não negue a sua percepção
e nem minta para ela.

Explique para o seu filho que vocês andam discutindo muito e que será melhor para todos se
mamãe e papai morarem em casas diferentes. Garanta à sua criança que ela não é a
responsável pelas suas discussões. Os filhos se sentem muito culpados pela separação dos pais.
Tenha o cuidado de lhe dizer que vocês se separarão, mas que continuarão sendo pais dela a
vida inteira. Recomendo que esse “papo”seja feito com casal e filhos, assim todas as perguntas e
respostas poderão ser feitas às claras.

O que prejudica a criança não é a separação em si, mas a forma como esse casal vive e ou se
separa. Gosto das conversas olho no olho e com todos os envolvidos presentes, pois sei que
certos casais vivem e se separam como cães e gatos, praticando o CRIME de ALIENAÇÃO
PARENTAL.

O maior cuidado que se deve tomar, é o de não destruir a imagem do pai ou da mãe. Ninguém se
separa sem dor. A família toda sofre esse luto e é preciso encarar a dor com coragem. Dizer aos
filhos que o casal não está conseguindo se entender e ser feliz. Portanto, fazer uma separação
amigável é fundamental.

A criança precisa entender que ela não perdeu os pais e a família. Precisa entender que foi
apenas o casal que se separou e que ela terá sempre os seus pais por perto. Que bom seria se o
casal tivesse um mínimo de maturidade, bom-senso e amor pelos filhos, a ponto de serem
amigos, discutirem a educação dos filhos e estarem juntos nos momentos importantes.

  Dicas essenciais:
- Não destrua a imagem de ninguém que a criança gosta. Deixe que ela tire as suas
próprias conclusões, quando crescer.
- Não se aconselhe com o seu filho. Ele não tem maturidade para isso.
- Não o envolva em seus problemas.
- Não peça que ele minta para o pai ou a mãe.
- Não o faça de espião nos ambientes que ele frequenta e nem de garoto de recados.
- Não o use como moeda de troca.
- Facilite os encontros, promova situações em que toda a família possa se encontrar.
- Guarde as suas mágoas para si. Aprenda a perdoar.
- Todos os relacionamentos oscilam: É preciso saber ceder, ter flexibilidade, paciência,
respeito.
- Não queira controlar e nem manipular os encontros da criança com o pai, ou a mãe. Deixe
que cada um tenha a sua própria rotina com o filho.
Lembre-se: A saúde de uma criança é medida pela qualidade dos vínculos afetivos com os seus
pais.

Autor: Zuleid Dantas Linhares Mattar
Fonte do artigo:Pediatra Online (www.pediatraonline.com.br)

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Alimentos fortificados: como eles podem fazer a diferença?

Uma das grandes preocupações dos pais que frequentam o consultório pediátrico é a recusa
alimentar dos filhos, principalmente aqueles na fase pré-escolar (2-6 anos). Tal apreensão é
legítima, uma vez que a alimentação inadequada pode acarretar uma série de deficiências
nutricionais e prejudicar o crescimento e o desenvolvimento da criança. Neste contexto, alimentos
fortificados podem colaborar para atingir as recomendações diárias de micronutrientes.

Você sabe o que são alimentos fortificados?
Alimento fortificado é todo aquele ao qual é adicionado um ou mais nutrientes contidos
naturalmente ou não no alimento. O objetivo desta fortificação é reforçar o valor nutritivo do
alimento, além de prevenir ou corrigir deficiências nutricionais na alimentação da população em
geral ou em grupos específicos.

Mas de nada adianta fortificar alimentos pouco aceitos pela população. Para as crianças, grupo
bastante vulnerável às carências nutricionais devido à necessidade de nutrientes aumentada e
recusas alimentares frequentes, a fortificação de leite, fórmulas infantis e cereais, alimentos bem
aceitos e tolerados por essa faixa etária, mostram-se muito eficientes na prevenção e correção
das mais diversas deficiências nutricionais.

Quais nutrientes merecem atenção na fortificação de alimentos infantis?
Embora o ferro seja encontrado naturalmente em diversos alimentos, como na carne e nas
hortaliças de cor verde escura, a quantidade consumida na maioria das famílias é, muitas vezes,
insuficiente. A consequência da falta de ferro é a anemia, muito comum em crianças,
especialmente nas menores de 2 anos, cujos sintomas são prostração, cansaço durante a
atividade física, dificuldade de aprendizado e imunidade mais baixa.
Por falar em imunidade, alimentos enriquecidos com prebióticos e probióticos (lactobacilos e
bifidobactérias) são importantes na redução do risco de infecções. Os prebióticos são
carboidratos não digeríveis que estimulam o crescimento e atividade das bactérias benéficas do
trato gastrointestinal e ainda melhoram a absorção de diversos nutrientes. Probióticos referem-se
às bactérias que contribuem para o equilíbrio da flora intestinal.

Que pai não quer uma imunidadeaumentada para seu filho?
Nutrientes que também participam do sistema imunológico são o zinco e a vitamina A. Aliás, a
deficiência dessa vitamina é muito comum na infância e merece atenção especial, uma vez que o
consumo adequado desse nutriente previne o aparecimento de cegueira noturna.

E porque as crianças estão cada vez menos expostas ao sol, seja devido ao uso de protetores
solares ou ao menor número de brincadeiras de rua, a carência de vitamina D já preocupa os
profissionais da saúde. Poucos alimentos são naturalmente ricos em vitamina D, sendo o
consumo de alimentos fortificados fundamental para aumentar a oferta desse nutriente que tem
importante papel na saúde dos ossos.

Aliás, sabe-se que o período da infância e da adolescência é marcado por uma importante
formação óssea: aproximadamente 90% dos ossos são formados até os 20 anos de idade.
Embora as boas fontes de cálcio sejam facilmente encontradas (leites e derivados), 99% da
população brasileira não consome a quantidade adequada desse nutriente. Para suprir essa
carência, o consumo de leites, iogurtes e cereais matinais fortificados com esse mineral também
deve ser considerado.

Em suma, a infância é uma fase da vida que requer atenção quanto ao consumo adequado de
nutrientes para que o crescimento e desenvolvimento do organismo não sejam prejudicados. Por
outro lado, esse é também um período de intensa recusa alimentar o que aumenta a possibilidade
de carências nutricionais. O uso de alimentos fortificados é um poderoso aliado no combate
dessas deficiências e na manutenção da saúde da criança.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília (DF); 1998.
Milagres RCCM,Nunes LC, Pinheiro-Sant'Ana HM. A deficiência de vitamina A em crianças no
Brasil e no mundo. Ciênc. saúde coletiva vol.12 no.5 Rio de Janeiro Sept./Oct. 2007.
Morais GQ, Burgos MGPA.Impacto dos nutrientes na saúde óssea: novas tendências. Rev. Bras.
Ortop.; v.42, n.7, p.189-194. 2007.
Pinheiro MM, Schuch NJ, Genaro PS et al. Nutrient intakes related to osteoporotic fractures in
men and women – The Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS).Nutr. J.; v.8, n.6, 2009.
Silva APR, Camargo CN. Fortificação de alimentos: instrumento eficaz no combate a anemia
ferropriva? Comun Ciênc Saúde.;17(1): 47-52, 2006.
Vellozo EP, Fisberg M. O impacto da fortificação de alimentos na prevenção da deficiência de
ferro. Rev. Bras. Hematol. Hemoter.;32(Supl. 2):134-139, 2010.

Autor: Zuleid Dantas Linhares Mattar
Fonte do artigo:Pediatra Online (www.pediatraonline.com.br)

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019






Acidentes com ventiladores.

Os acidentes domésticos estão entre as principais causas de ferimentos na criança.
Nesta época de calor devemos estar atentos aos ventiladores.

As crianças ficam fascinadas com o movimento das hélices e mesmo com as grades de proteção,
enfiam por entre elas cabos de talheres, brinquedos e tudo o que estiver ao alcance de suas
mãozinhas...

E o pior é quando colocam os próprios dedos muitas vezes levando até a amputação.
Lembre-se:

Não há limites para a curiosidade da criança!

Autor: Zuleid Dantas Linhares Mattar
Fonte do artigo:Pediatra Online (www.pediatraonline.com.br)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Frango com mandioquinha e cenoura

Ingredientes:

25g de peito de frango picado miúdo
1 colher (sopa) de óleo de soja (2g)
½ dente de alho picado (2g)
1 colher (sobremesa) de salsa e cebolinha (2g)
1 colher (chá) de cebola picada (2g)
2 mandioquinhas médias picadas(160g)
2 colheres (sopa) de cenoura ralada (24g)
2 colheres (sopa) de chicória picada miúda (20g)
200mL de água
1 colher (sopa) de feijão cozido (26g)

Modo de Preparo:

Em uma panela coloque todos os ingredientes, exceto a mandioquinha, a cenoura e a chicória.
Quando o frango estiver bem cozido acrescente os outros ingredientes e deixe cozinhar um
pouco mais. Acrescente o feijão cozido, amasse com um garfo e ofereça à criança
Fonte: site www.comecarsaudavel.com.br

Autor: Zuleid Dantas Linhares Mattar
Fonte do artigo:Pediatra Online (www.pediatraonline.com.br)

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Quando a gagueira deve ser motivo de preocupação?

A gagueira pode ser uma barreira para o desenvolvimento social da criança. Apesar de o distúrbio
não ter cura, é possível conviver bem com ele.

Quando a gagueira da criança deve ser motivo de preocupação?
Geralmente na faixa etária de dois a três anos e meio algumas crianças podem apresentar uma
disfluência fisiológica. Na maioria das vezes isso ocorre porque a criança ainda não domina o
vocabulário necessário. Às vezes acontece também por alterações de cunho emocional como,
por exemplo, o nascimento de um irmão ou desajuste no relacionamento dos pais.
A disfluência patológica (gagueira) deve ser motivo de preocupação quando a criança está
consciente da dificuldade e luta para falar.

Qual a idade limite para determinar essa diferença?
O fator determinante não é a idade, mas sim os sintomas que a criança apresenta, o seu histórico
de vida e genética. Esses fatores pesam mais que a idade e são determinantes na indicação ou
não de um tratamento fonoaudiológico.

Quais sintomas precisam ser observados?
Os principais sintomas são a repetição de sons, sílabas, pausas silenciosas durante a
comunicação, mudança nas expressões faciais ao se comunicar, agressividade e choro.
A insegurança é um fator preponderante para o desencadeamento da gagueira?
A gagueira é involuntária. Não é um hábito adquirido ou uma desordem relacionada a um
distúrbio emocional. Para traçar o diagnóstico de disfluência (gagueira) é feita a avaliação dos
três “Ps”: o fator predisponente (predisposição genética), o fator precipitante (o ambiente externo)
e o fator perpetuante (as razões que mantêm o problema). A criança predisposta descarrega a
tensão na fala e não em outro órgão do corpo e, como de costume fica gaga nesses momentos,
isso acaba gerando insegurança.

Quais são as maiores dificuldades para o diagnóstico precoce?
A identificação e avaliação precoce são muito importantes para o sucesso do tratamento,
entretanto, muitos pais demoram em procurar a orientação de um fonoaudiólogo, o que acaba
gerando prejuízos individuais e até biopsicossociais para a criança. O pediatra pode auxiliar os
pais na identificação dos sintomas e conscientizá-los da importância da identificação precoce do
distúrbio da fluência.

Muitas crianças viram motivo de chacota na escola. Há alguma técnica que ajuda no
equilíbrio emocional da criança?
O melhor para a criança é assumir a gagueira. Dessa maneira saberá lidar com as suas
limitações. Além disso, o apoio profissional, familiar e escolar é muito importante no tratamento,
por isso, é fundamental o acompanhamento do fonoaudiólogo. Quando a criança não consegue
lidar emocionalmente com as situações na escola e enfrenta preconceito o suporte psicológico é
fundamental.

Autor: Zuleid Dantas Linhares Mattar
Fonte do artigo:Pediatra Online (www.pediatraonline.com.br)

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Música e autismo: uma dupla que dá certo!!


O autismo é um universo desconhecido por muitas pessoas. É um transtorno que desafia a
ciência, por ser complexo, ter causa desconhecida,diferentes graus que apresentam tanto
crianças que não conseguem falar, quanto outras que apresentam habilidades extraordinárias.
Geralmente, quando os pais descobrem que tem um filho autista, se sentem bem confusos e
temerosos, principalmente em relação ao grau do transtorno.
Os estudos mostram que a rede de neurônios que coordenam no cérebro a comunicação e os
contatos sociais, são organizados de uma forma diferente em autistas. O transtorno afeta quase
todos os aspectos do comportamento humano: a fala, o interesse por amizades e vida social, os
movimentos do corpo, as emoções e interações.
O autismo deve ser diagnosticado precocemente, por meio de testes de comportamentos e
questionários respondidos pelos pais. Sabemos que a plasticidade cerebral (estrutura cerebral
que é capaz de se modificar de acordo com os estímulos recebidos) é muito intensa dos 0 à 6
anos. Nesta fase inicial, o tratamento apresenta melhores resultados. Depois disso, as
deficiências são agravadas, portanto, é essencial buscar ajuda caso a família perceba índicos de
autismo no seu filho, que são eles:
Atrasos na fala;
Olhar distante. Muitas vezes não responde quando é chamado pelo nome;
Não interage a estímulos afetivos como um olhar, um abraço ou um sorriso.
Atitude ausente;
Quando bebezinho, não estica os braços para ser tirado do berço. Muitas vezes para chamar
atenção prefere fazer movimentos repetitivos;
Brinca de forma sistemática, não lúdica. Ex: Em vez de interagir com o boneco (mundo da
imaginação), prefere alinha-lo a outros brinquedos, enfileirando-os;
Na presença de outras crianças se isola, por falta de interesse.
Ao perceber estes indícios, os pais devem procurar ajuda de um especialista, pois só ele poderá
dar o diagnóstico. O tratamento do autismo é multidisciplinar (envolvendo psicólogas,
psicopedagogos, terapeutas comportamentais, etc) e deve ser iniciado o mais rápido possível,
pois o autismo traz uma série de fatores aliados. É importante a união e colaboração de todos
que tem contato com a criança autista, principalmente da família, além de muita paciência e amor
pela criança durante o processo, que muitas vezes, dependendo do grau do transtorno, é lento.
Respeitar o tempo e o limite da criança é muito importante, mas sem deixar de trabalhar as
dificuldades. É importante ensinar a criança autista, que para um relacionamento funcionar, são
necessários pequenos gestos de gentileza (contato visual, cumprimentar as pessoas,
conversar,etc.). Indivíduos autistas não possuem estas habilidades, mas é algo que pode ser
aprendido, apesar de para eles, não ser algo natural e prazeroso.
Apesar de ser um transtorno incurável, as pesquisas mostram que existem muitos autistas que
por terem boa assistência durante a infância, cresceram, se desenvolveram muito bem e muitos
inclusive apresentaram inteligência superior em certas áreas, se destacando no mercado de
trabalho.
O fato de pensar de uma forma muito lógica, faz com que muitos autistas tenham muita facilidade
em matemática e em música. Aliás, cada vez mais estudos apontam a música como ferramenta
poderosa para desenvolver habilidades, inclusive em crianças autistas. Somos estimulados
através dos sons (matéria-prima da música), desde o quinto mês de vida intra-uterina, quando
nosso sistema auditivo está apto para receber informações. A música é interessante para a
criança desde sempre e isso é maravilhoso, porque a motivação (vontade e interesse em querer
aprender o conteúdo) é essencial para a construção da aprendizagem. Os pais dos autistas
geralmente recebem orientações, para que estejam atentos aos interesses do seu filho, porque
ao descobri-los, poderão utiliza-los como links para desenvolver diversas habilidades. A música é
sem dúvida uma destas pontes, que atraem a atenção da criança autista e que é uma facilitadora
de aprendizagens. Estudos de ressonância magnética funcional, apontam que a música causa
um efeito único em pessoas autistas, principalmente como intervenção terapêutica. A música,
quando utilizada de forma adequada, é capaz de relaxar, trazer sensação de bem-estar, o que
pode auxiliar de forma natural, no tratamento em conjunto com outras terapias. Outro fato
importante, é que pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), apesar de terem grande
dificuldade em perceber sentimentos nas expressões faciais, são capazes de perceber
sentimentos de alegria e tristeza em uma peça musical, ou seja, os sentimentos de uma peça
musical torna-se mais claro para um sujeito com TEA do que a visualização de expressões
faciais. A música tem o poder de ser uma facilitadora de comunicação, mas para que o autista
seja realmente beneficiado, com resultados à longo prazo, é necessário que a música seja
utilizada de acordo com os interesses da criança, com um professor que realmente conheça as
especificidades do transtorno e que saiba utilizar técnicas de musicoterapia (terapia alternativa
que utiliza a música como ferramenta para desenvolver habilidades e objetivos pré-estabelecidos
no indivíduo). Nas aulas, são utilizadas atividades que promovem um vínculo de respeito e
confiança entre o aluno e o professor, que planeja as interações de acordo com a maturação
biológica do aluno. O espaço onde as aulas acontecem deve ser seguro, livre de distrações e o
material oferecido não deve oferecer qualquer perigo.
Nas aulas de música para autistas, as atividades são diversificadas, com metas bem definidas.
Os exercícios são lúdicos, com diversos objetivos, como socializar a criança (através de
brincadeiras de roda, brincadeiras em dupla onde o contato visual é estimulado e valorizado),
desenvolver sua psicomotricidade (através de jogos psicomotores, pedagógicos, canções
utilizando sons do corpo, manuseando instrumentos musicais), a linguagem (através de jogos
cênicos, contação e organização de histórias cantadas com figuras associadas, jogos de
tabuleiro), dentre outros. Brincando, a criança associa gestos e movimentos a conceitos musicais
mais abstratos, aprende regras sociais, aumenta sua expressividade e descobre o mundo de
forma agradável. Além disso, descobrimos através das brincadeiras, os interesses e
necessidades individuais da criança, o que é de suma importância, pois através destas
descobertas, as pessoas que interagem com o autista poderão utilizar estes interesses como
temas para desenvolver conteúdos específicos. Exemplo: muitos autistas demonstram interesse
por animais, dinossauros, outros preferem carrinhos, trens, etc. O professor geralmente percebe
estes interesses e utiliza nas aulas, pois a motivação é essencial para a construção da
aprendizagem de diversos conteúdos.
A música é uma arte extremamente acessível a todas as classes sociais. As famílias também
podem estimular seus filhos em casa através da música. Existem músicas sobre qualquer tema,
para trabalhar diversos conteúdos. É necessário, porém, muita pesquisa, dedicação e muita
observação por parte da família em relação à criança, no sentido de descobrir os interesses dela,
para fazer com que ela se interesse em interagir com as propostas. Se a criança gosta de pular,
procure músicas que estimulem os movimentos corporais. Se a criança demonstra interesse por
instrumentos musicais, compre tamborzinhos, clavas, chocalhos e toque com ele, acompanhando
diversos estilos musicais. Se ele gosta de brincar com a bola, ligue o som com uma música que
ele gosta e brinque de bola com ele olhando nos olhos e toda vez que ele olhar nos seus olhos,
comemore com muita animação. Sabemos o quanto é difícil para o autista o contato visual,
portanto, devemos criar atividades que estimulem o desenvolvimento desta habilidade.
Brincar com a música, é muito mais do que diversão. É uma linguagem essencial, onde a criança
aprende a se expressar melhor e descobrir o mundo. Ela pode ser a ferramenta que fará grande
diferença no desenvolvimento e na qualidade de vida da criança autista. A música está disponível
a todos e é muito poderosa. Que tal experimentar?

Autor: Zuleid Dantas Linhares Mattar
Fonte do artigo:Pediatra Online (www.pediatraonline.com.br)

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Como saber se meu filho tem talento musical?

Neurologistas, psiquiatras e cientistas cada vez mais nos mostram estudos que comprovam o
quanto a música desenvolve muitas habilidades e expande a capacidade de aprender.
A criança que toca bem um instrumento ou tem uma voz afinada, logo chama a atenção de todos.
Como a música é algo intrínseco no ser humano, que envolve a emoção, a inteligência e a
sensoralidade, ela cativa a todos, desde os bebês aos adultos.

Mas como saber se meu filho tem talento para a música?

Segundo o dicionário, talento é uma aptidão, natural ou adquirida. Dessa forma, todos podem ter
talentos.
Estudos nos mostram que nascemos com aptidões naturais em certas áreas, mas podemos
desenvolver as outras também, caso tenhamos o desejo, disciplina e empenho necessários.
Se pensarmos em Wolfang Amadeus Mozart, teremos a certeza que ele tinha um talento musical
nato, mas se formos analisar o ambiente no qual foi criado, vamos descobrir que seu pai tocava
instrumentos musicais e o incentivava demais. Além disso, Mozart dedicava horas estudando e
compondo suas músicas e de outros compositores que gostava.
O que leva as pessoas a desenvolverem competências são: o ambiente que vivem, a educação e
as oportunidades que surgem ao longo da vida. Segundo as pesquisas, todo individuo nasce com
um vasto potencial de talentos, mas que estes só vão aflorar, se forem estimulados.
A música é uma das inteligências que mais podemos perceber facilmente. Quase todo mundo
gosta de música e existe música em todo o lugar e para todos os gostos. Algo interessante, é que
estudos mostram que ao ouvir música o cérebro estimula o lado sensorial. Ao aprender música o
cérebro irá exercitar o lado racional. A criança que tem contato com a música desde pequena
apresentará um cérebro mais ativo e que potencializará não apenas sua inteligência musical, mas
também desenvolverá habilidades que facilitarão o desenvolvimento das outras áreas da
inteligência.
O papel da família é expor a criança ao contato com a música, comprando CDs de qualidade,
investindo em um bom curso de musicalização infantil, levando os filhos em shows infantis que
tenham instrumentos musicais, levando-os em uma loja de instrumentos, etc.
As crianças que crescem percebendo o quanto os pais valorizam a música e vendo a função
desta linguagem, naturalmente se interessam, visto que, todos podem desenvolver a inteligência
musical.
Obviamente, existem graus de talento, e há pessoas que terão mais facilidade em aprender
instrumentos e a cantar do que outras. Todos porém, podem desenvolver sua musicalidade se
quiserem. Independente do nível de talento, é necessário dedicação, empenho, subterfúgios
técnicos e teóricos para que este talento se desenvolva.

Mas como reconhecer este talento?

Para reconhecermos este talento, é necessário conhecimento na área. As crianças que tem um
talento natural para música, tem interesse por esta linguagem desde pequenas. Gostam de
dançar com a música, gostam de cantar, ficam atentas aos sons ao redor, dramatizam histórias
cantadas, e naturalmente crescendo neste ambiente estimulador, irão demonstrar cada vez mais
interesse por canções, dramatizações, instrumentos musicais, shows que envolvem música, etc.
Quando começam a aprender a tocar um instrumento musical, apresentam um bom ouvido
musical, e sentem prazer em estudar. Agora, é importante salientar que, as palavras de incentivo
por parte das pessoas mais próximas da criança, são de suma importância. Os pais que elogiam
pequenos sinais de progresso, valorizam cada música aprendida, gastam tempo ouvindo seus
filhos tocarem, naturalmente fazem seus filhos valorizarem a prática do instrumento e perceberem
o quanto a dedicação e a disciplina são importantes. Os pais devem ter consciência que a
educação musical é um processo gradativo e que é necessário dominar a ansiedade de ambos os
lados. A criança de um modo geral deseja resultados imediatos e, ensiná-las a persistir, a não
desistir quando surgem os desafios, são treinos importantes para o ser humano e para sua
educação global.

Independente de percebermos ou não um talento nato em nossos filhos, investir na educação
musical deles, é uma forma de desenvolver não apenas sua musicalidade, mas as outras áreas
de inteligência. A criança, por exemplo, desenvolverá sua percepção auditiva, o que facilitará no
processo de alfabetização e estudo de línguas estrangeiras.

Durante a adolescência, a música pode tornar-se uma companheira agradável, ocupando-o de
maneira sadia. E na vida adulta, poderá ser uma válvula de escape para descarregar o stress do
dia-a-dia.

Não é a toa que existe o famoso provérbio popular “Quem canta seus males espanta”.
A música faz bem ao nosso interior e nos traz grande satisfação e auto-estima, por isso ela é de
suma importância para a vida de todos os seres humanos.

Autor: Zuleid Dantas Linhares Mattar
Fonte do artigo:Pediatra Online (www.pediatraonline.com.br)

Separação dos pais: como falar e lidar? Até pouco tempo, as crianças apresentavam os medos comuns da infância: medo do escuro, de barulh...