quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Quando a gagueira deve ser motivo de preocupação?

A gagueira pode ser uma barreira para o desenvolvimento social da criança. Apesar de o distúrbio
não ter cura, é possível conviver bem com ele.

Quando a gagueira da criança deve ser motivo de preocupação?
Geralmente na faixa etária de dois a três anos e meio algumas crianças podem apresentar uma
disfluência fisiológica. Na maioria das vezes isso ocorre porque a criança ainda não domina o
vocabulário necessário. Às vezes acontece também por alterações de cunho emocional como,
por exemplo, o nascimento de um irmão ou desajuste no relacionamento dos pais.
A disfluência patológica (gagueira) deve ser motivo de preocupação quando a criança está
consciente da dificuldade e luta para falar.

Qual a idade limite para determinar essa diferença?
O fator determinante não é a idade, mas sim os sintomas que a criança apresenta, o seu histórico
de vida e genética. Esses fatores pesam mais que a idade e são determinantes na indicação ou
não de um tratamento fonoaudiológico.

Quais sintomas precisam ser observados?
Os principais sintomas são a repetição de sons, sílabas, pausas silenciosas durante a
comunicação, mudança nas expressões faciais ao se comunicar, agressividade e choro.
A insegurança é um fator preponderante para o desencadeamento da gagueira?
A gagueira é involuntária. Não é um hábito adquirido ou uma desordem relacionada a um
distúrbio emocional. Para traçar o diagnóstico de disfluência (gagueira) é feita a avaliação dos
três “Ps”: o fator predisponente (predisposição genética), o fator precipitante (o ambiente externo)
e o fator perpetuante (as razões que mantêm o problema). A criança predisposta descarrega a
tensão na fala e não em outro órgão do corpo e, como de costume fica gaga nesses momentos,
isso acaba gerando insegurança.

Quais são as maiores dificuldades para o diagnóstico precoce?
A identificação e avaliação precoce são muito importantes para o sucesso do tratamento,
entretanto, muitos pais demoram em procurar a orientação de um fonoaudiólogo, o que acaba
gerando prejuízos individuais e até biopsicossociais para a criança. O pediatra pode auxiliar os
pais na identificação dos sintomas e conscientizá-los da importância da identificação precoce do
distúrbio da fluência.

Muitas crianças viram motivo de chacota na escola. Há alguma técnica que ajuda no
equilíbrio emocional da criança?
O melhor para a criança é assumir a gagueira. Dessa maneira saberá lidar com as suas
limitações. Além disso, o apoio profissional, familiar e escolar é muito importante no tratamento,
por isso, é fundamental o acompanhamento do fonoaudiólogo. Quando a criança não consegue
lidar emocionalmente com as situações na escola e enfrenta preconceito o suporte psicológico é
fundamental.

Autor: Zuleid Dantas Linhares Mattar
Fonte do artigo:Pediatra Online (www.pediatraonline.com.br)

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